
Envelhecer. Não me assusta. Não se me aperta a alma nem se me tolhe o espírito. Não sinto que apesar de ter desfeito a estrutura da minha família tenha perdido "o barco". Porque a minha família continua a existir. Os meus filhos têm pai e família paterna. E a família dos meus filhos merece-me amizade, dignidade e respeito. E ainda a sinto como minha.
Vou vivendo. Um dia de cada vez. Os filhos, sempre os filhos. Olho para as caras deles ... vejo-os bem. E sinto que sou melhor mãe. Porque já não preciso de esconder a minha infelicidade. Porque com respeito, dignidade e em sã consciência tomei o meu destino nas minhas mãos. Porque já não tenho de esconder as lágrimas numa banheira de água quente ao chegar a casa ao fim do dia. Porque me enfrentei e me conquistei.
De facto já não tenho muitas lágrimas. Embora continue a ser uma chorona de marca maior. Choro pelas dores mais agudas e pelas alegrias mais simples.
Acredito. Nos dias melhores que virão. Num tempo sem mágoa e sem dor. Esforço-me por não esperar. Evito pensar no que poderia ser ... envelhecer ao lado de alguém, alguém que como eu ... tem o saco lacrimal roto.
PS: Habe Ich Zeit für dich? Dennke Ich grad an dich? Immer. Und immer es ist nicht zu spät.
Aber jetzt, es ist nicht Zeit. Jetzt, es ist Fruhe.
LX
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