quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Estou confuso...

É o meu primeiro post e muito está ainda por dizer, mas neste momento a frase: "Estou confuso.", não me sai da cabeça.
Depois da dor do divórcio já apostei 1 vez e falhou, tinha de falhar, não "vi" bem a pessoa que era. Que vicio tenho de ver as pessoas através dos meus olhos e não dos delas. Que ingenuidade pensar que toda a gente é boa. Sofri muito, o ano passado, por esta altura, ainda estava presa a essa pessoa, maus tempos sem dúvida. Pensei que estariam ultrapassados.
Este ano voltei a apostar, com muito receio no início, mas a outra parte estava tão decidida que me deu tanta confiança.
Agora diz que está confuso...
Hoje em conversa com a LB, trocamos algumas ideias e eu coloquei a pergunta que me atormenta a alma e que se alguém souber responder me diga alguma coisa:

Qual o limiar entre lutar por uma relação e dar espaço?

Auto estima


Pois a conversa (longa) ontem com a KT levou-me a estas reflexões. A auto estima ou a falta dela. As nossas auto percepções. Do nosso valor, do nosso carácter, do nosso aspecto.
E como, por vezes, topamos com pessoas que, aos nossos olhos, têm tudo para ter a auto estima nos píncaros, mas, aos seus olhos, falta-lhes qualquer coisa. Que as deixa insatisfeitas, inseguras, em suma, com défice de auto estima. A imagem que o espelho nos devolve não é a imagem que os outros retêm de nós.
E daí a pensar que o que procuramos numa relação, muita vezes mascarado de amor, carinho, amizade, empatia, similitude é, antes de tudo o mais (mas nunca assumido), um polidor de auto estima.
O que me leva a pensar que as relações não duram por isso mesmo. Ou mesmo que durem, eventualmente, acabam sempre por dar com a placa end of the way.
Porque só quando estivermos bem connosco, de bem com a nossa auto estima, poderemos estar bem com os outros. Quando deixarmos de depositar nos outros o trabalho de cultivar a nossa auto estima.
E isto é, quanto a mim, algo impossível de realizar: nem nunca ninguém serve de polidor ad eterno à nossa auto estima, nem nunca conseguimos um estado de auto estima sempre e para sempre em alta.
Os únicos seres com que nem sequer coloco esta questão são os meus minis. Daí o amor incondicional. Único. Verdadeiro. Para sempre.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Diálogos recentes (2009-12-28)

LB:

O H tá aqui a assediar-me forte e feio.
E eu tou quase quase a cair e a combinar 1 sex date para o almoço. Manda-me parar já!

KT:
Se te apetece desenferrujar vai!!! Mas desenferrujar... não olear indefinidamente!!!

LB:
Que egoísta que eu sou
Tu aí toda f***** da mona e eu a melgar-te com as indecisões-vou ter co gaijo não vou ter co gaijo. Nina... esfria a cabeça(...)

KT:
Tás parva!!!
Falemos do gajo...
Porque estás indecisa?
a) pq estás carente
b) pq te apetece suar um pouco
c) pq queres conversa
d) as três referidas
e) nenhuma das anteriores

se fores o que pode acontecer?
a) ser péssimo e não conseguires ir até ao fim com peso na consciência
b) ser óptimo e ponto!
c) Ser óptimo e quereres mais
d) ser péssimo por falta de prática acumulada!
e) Nenhuma das anteriores

O que te apetece fazer?
f) ir sem olhar para trás
g) não ir e ficar a pensar que devias ter ido
h) não ir e contente com a decisão
i) ir e não conseguir deixar de pensar q estás a cometer uma asneira
j) nenhuma das anteriores

LB:
hehehehe
Só tu
a)
a) e c)
f), g) e i)

e agora?

KT:
E agora... SEI LÁ! Admito que tenhas dado uma gargalhada!!!! Já fico feliz com isso!!!
Mas de qq forma resumindo:

Pq estás indecisa?
a) pq estás carente

Se fores o que pode acontecer?
a) ser péssimo e não conseguir ir até ao fim com peso na consciência
b) ser óptimo e quereres mais

O que te apetece fazer?
c) ir sem olhar para trás
d) não ir e ficar a pensar que devias ter ido
e) ir e não conseguir deixar de pensar q estás a cometer uma asneira

Se conseguires ir passar um bom bocado e apenas gozar o momento...vai lá! Mas se sentires que isso te pode destabilizar, fica quieta...Mas não te esqueças que a vida é para ser vivida...com erros e cabeçadas mas com prazeres e bons momentos...
És linda! Interessante! E não mereces chorar por um R...Se é ele que te está a prender, pensa de novo...Se é pelo perigo que o H representa, então minha linda...

Vive nina!Vive e aproveita! Sem magoar ninguém principalmente sem te ferires a ti e sem arranjares novas ilusões e novas bengalas!

LB:
Ora, up grade às respostas:
d)
c)
f)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

E agora?


Neste Natal recebi a prenda pela qual esperei tempo demais.
E agora não sei o que fazer com ela...

Familiaridade versus amor

O amor é um caso raro. Porque obriga a tocar a essência duma pessoa. Obriga também a deixar que a outra pessoa toque a nossa essência.
Mostrar a nossa essência, deixar alguém tocar a nossa essência é um risco brutal. Porque se fica vulnerável. Aberto. Exposto. E depois de nos abrirmos, de nos expormos, não temos como saber o que essa pessoa vai fazer connosco. E o medo aparece. Então, não nos abrimos. E assim, é fácil confundir familiaridade com amor. As periferias encontram-se, gera-se familiaridade e acreditamos que foi um encontro de essências e que o amor aconteceu.
Podemos viver juntos anos a fio e não nos conhecermos de verdade. E quanto mais se vive com uma pessoa mais se esquece que a essência continua lá, intocável. E até se pode fazer amor, relacionar sexualmente. Mas o sexo assim é periférico, não é toque de essências. É apenas um encontro entre dois corpos. Uma familiaridade sexual de corpos. Porque o medo está lá, ergue uma barreira que não permite o encontro de essências. Deixamos o outro entrar em nós, mas só até um certo ponto, até à barreira do medo.
A familiaridade é periférica e pode durar uma vida. O amor é essência e pode durar um segundo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Tudo muito giro



Pois eu até acredito nesta frase, mas daí a saber lidar com ela com toda a paciência e tranquilidade deste mundo, vai um passo enorme. Huge!
É difícil acreditar que se pode voltar a ser feliz depois de ter sofrido, tal como é difícil acreditar que se vai ainda a tempo de viver tudo quando se perdeu tanto tempo.
É verdade que se tem pressa de viver, não tanto por se ser velho, mas por se ter tomado consciência do tempo que se perdeu. O maior erro talvez esteja em perceber esse tempo como uma perda e não como uma aprendizagem, um crescimento.
O rasgar cá dentro foi profundo, a desilusão foi mais que muita e nós não nascemos ou não fomos educados para perder, para cair.
Viver é maravilhoso, mas é difícil. Muito.
Facilmente se deixa de acreditar, nos outros e em nós e o levantar é moroso, penoso, e por vezes impossível quando se desiste.
BXL

domingo, 20 de dezembro de 2009

Quando a vontade dos outros não é a nossa

Mas essa nossa vontade envolve a vontade dos outros.
Eu explico:
Aqui há tempos um quase amigo (defino como quase amigo as pessoas com quem tenho algum tipo de relacionamento, por norma, no campo profissional, que não são meros colegas de profissão mas também não são 100% da categoria amigo), contra argumentou comigo - numa conversa que estávamos a ter sobre as (des)vantagens dos relacionamentos institucionais ou institucionalizados - como o casamento ou o viver junto -versus as relações de namorados: ou seja, cada um na sua casa, na sua vida, em que os encontros acontecem quando se quer, por que se quer e não porque há o "compromisso".
A minha onda, claro está é esta ultima. Já a do J. (e porque esta conversa ocorreu a escassos dias do dia seu casamento) era a primeira, como era de esperar. O tal contra argumento foi muito simples: "pois LB, isso é tudo muito giro, mas o que acontece quando tu queres e ele não quer, quando o tempo em que tu queres não é o tempo que ele quer?"
Eu desvalorizei e nem sequer contrapus argumentação nenhuma.
Mas bateu. E ficou por cá a mossa.
E lembrei-me disto hoje ainda mais do que nos últimos 3 meses e 18 dias, depois de te ler, KT.
É que também sinto essa pressa de viver, com essa definição que lhe dás.
Mas a minha pressa não e a pressa da outra pessoa.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Pressa de viver?

Acho que estou acometida de uma pressa de viver... Não de viver de forma apressada, mas a dar valor e aproveitar ao máximo o que me pode fazer feliz.

Tenho noção de quão efemero é tudo isto... e de como de repente ... puff... tudo se foi. Ja lidei com isso algumas vezes e de uma forma por vezes dura: hoje aqui e amanha não. E ficou tanto por dizer e fazer, à espera do dia e hora especiais!

Tenho pressa do que é meu! De viver! De ser feliz! Porquê esperar... ou esperar por quem? Por aquela altura melhor? Para que tudo se conjugue...? Podemos ficar eternamente à espera e quando dermos por nós o tempo passou, as oportunidades passaram e a vida que foi não volta (frase feita, ok, ok... ) e jamais saberemos o sabor que ela tinha...

É apenas um desabafo... um devaneio a meio do trabalho...

Viver com gosto... a aproveitar o nascer da manha na marginal... a dizer amo-te! A dizer não faças isso que me magoas... a levar uns doces aos colegas... a comprar um vestido giro... a dar colo e sentir o mimo da criança que nos adormece nos braços... apenas a sentir uma boa musica e a textura da capa de um livro...

Acho que tenho pressa de viver... depois de tudo e de, se calhar, tão pouco!!! Mas quero tudo sem pressas, sem espaços mortos... (como nota: para mim, parar para reflectir não é tempo perdido...)

A pressa de viver sem pressa: a aproveitar um doce momento, sem achar que aquele não é o momento; porque aquilo que não programamos quando chega e nos adoça, tem um sabor bem mais especial!!!

By KT

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Amar é como jogar às cartas



Amar é como jogar às cartas.
É preciso ter sorte na distribuição das cartas: é uma questão de destino.
É preciso estar atenta a cada tirada e saber antecipar as jogadas, a cada instante: é um jogo de paciência e de perseverança.
É preciso saber apimentar o interesse pelo jogo, fingir que se tem sem se ter; saber seduzir o outro para que ele jogue sempre a carta mais alta do baralho.
É preciso saber perder e ganhar.
É preciso saber correr riscos.
É um jogo com altos e baixos.
É um jogo empolgante, mas perigoso.
É um jogo viciante, mas imprevisível.
Pode durar segundos, horas, dias ou anos.
Pode constituir um momento inesquecível ou virar um pesadelo.
Amar é como jogar às cartas....treina-se muito para um dia ser-se o vencedor.

Se me dói


Acabo de entrar num novo amor. Depois de achar que perdi o homem da minha vida cheguei finalmente à conclusão que não existe o homem da nossa vida, existe(m) sim o(s) homem(ns) das nossas vidas. Porque estamos em constante mudança e é de facto como se vivessemos várias vidas. Em cada etapa estamos prontas de maneira diferente para amar. E em cada momento amamos realmente de maneira diferente. Porque amar de forma igual não faz sequer sentido. E amar implica todas as coisas boas e todas as trampas que lhe vêm associadas. A dor anda lá sempre, de uma maneira ou de outra. Amores perfeitos só mesmo a flor. Quando se embarca num novo amor vêm todas as esperanças, toda a confiança que sera um amor para sempre e não nos vemos com mais ninguém senão com aquela pessoa.

Acabo de entrar num novo amor. Mas já levei nos calos que chegue e parto de pé atrás. Por segurança, por defesa. Por achar que se calhar nem mereço esta merda de ser feliz ou sequer tentar chegar lá perto. E tenho tudo, tudo, tenho uma pessoa que faz tudo por mim, que me mima os filhos, que está quando eu preciso. E teimo em achar que a qualquer momento vou perdê-lo, precisamente pela consciência que tenho que nada é eterno. E parece que quero castigar-me desta maneira, no fundo a sofrer com paranóias que me andam na cabeça.

Acabo de entrar num novo amor. E só peço que tenha forças para ter pernas para caminhar nele.
Porque se me dói...se me dói...
Morro.

Um novo ano

Está a acabar mais um ano e se no que passou nesta altura estava feliz, hoje sinto que tenho de terminar com tudo o que me ligou a essa felicidade e que se transformou numa enorme desilusão. Decidi que tenho de ter forças para apagar tudo o que resta desse tempo, desde sms, mails, memórias, um simples papel... Quero começar 2010 "limpa" de tudo aquilo que me faz mal, seja por visualização, por recordação ou outros. Já o fiz uma vez e vou ter de fazer novamente e confesso que é muito, muito difícil. É como se arrancasse um pedaço de mim. É bem verdade aquela frase que quem passa por nós deixa um pouco deles mas também leva um pouco de nós. Mas sei que é algo que tenho de fazer!

Com estas pauladas da vida, sinto que endureci, que me tornei um pouco mais céptica e medrosa mas no fundo quero acreditar que o complemento da minha felicidade, chegará. E digo complemento porque a felicidade está em cada um de nós, no renascer de cada batalha ganha ou perdida, nos momentos que aprendemos e/ou reaprendemos a viver. E eu já sobrevivi, agora quero viver.


Muitos de nós chegamos a esta altura do ano e fazemos uma reavaliação do que se passou e traçamos projectos para o que queremos ser, fazer, ter... Ganhamos uma esperança vinda de não sei bem de onde mas que de alguma forma nos reconforta. Mas...


...assalta-me o medo de daqui a um ano estar novamente a fazer "limpezas".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

socialmente correcto

Por vezes perdemos o nosso norte por querer fazer tudo bem. Porque foi assim que nos educaram e porque foi assim que a sociedade convencionou como sendo o correcto.

Cada vez penso mais nisto, por força das circunstâncias claro, vivemos numa sociedade profundamente castradora, principalmente para as mulheres, e profundamente machista.

Já percorremos um longo caminho a contrariar esta tendência, mas mesmo assim falta muito para chegarmos à verdadeira igualdade, e não, não pertenço a movimentos feministas.

Somos ensinadas, desde pequenas a ser boas filhas, boas esposas, boas mães, boas amigas, etc... A pensar primeiro em tudo e em todos e só depois em nós.

E claro quando nos passamos dos carretos e achamos que não, não é isto que quero para mim, ficamos assim um bocado perdidas. Porquê?

Porque a sociedade condena, condena as mulheres que procuraram mais da vida, que quiseram mudar.

Olham-nos de lado, apontam, julgam e condenam. Fazem-nos sentir más filhas, más mães, más amigas e más esposas.

Já aos homens tudo é permitido, a sociedade não aponta, não condena, não julga.

Porque à mulher esta reservado o papel de cuidadoras, somos cuidadoras de tudo dos maridos, dos lares, dos filhos, dos pais e dos sogros. Aprendemos desde novas a preocuparmos com um cento de coisas menos connosco.

E quando a vida nos mostra que não, ou nós mesmo decidimos que não, instala-se o medo, o pânico de não conseguir, mas conseguimos porque somos seres muito mais forte do que aquilo que imaginamos.

Porque conseguimos, somos muito capazes, e esta é só a fase do pânico.


domingo, 13 de dezembro de 2009

Sexo e fazer amor



A diferença entre fazer sexo e fazer amor é sobejamente conhecida.
Não sinto falta de sexo. Tenho saudades de fazer amor.
Sexo é prazer. É orgasmo. É a satisfação duma necessidade fisiológica, como comer. E para satisfazer necessidades fisiológicas, não preciso de ninguém. Se o objectivo é o prazer e o orgasmo, sou mais bem sucedida sozinha. E sozinha é como estou.
E sinto saudades de fazer amor.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Será?


Teremos de ser iguais para nos conhecermos?
Teremos de defender os mesmos ideais para comunicar e dialogar?
Teremos de professar a mesma religião para dizermos "gosto de ti"?
Teremos de falar a mesma língua para sermos amigos?
Ou será que a linguagem do Coração fala em todas as línguas e para todos os que crêem.
O Amor é cego porque vê muito além do vizível, e ainda bem que assim é.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Saudades...


Sinto a tua falta mesmo quando estás presente.
E a saudade apertou hoje.

A minha alma num beijo...



Por estas bandas, conhece-se imensa gente proveniente de outras culturas e professando outras religiões para além da católica.
Tenho uma amiga, em particular, que me tem ensinado muito, mesmo que ela tenha noção disso.lol.
Ela é marroquina, cabelo escuro, e é muçulmana. Ela tem alguma, direi mesmo muita confiança em mim e confessa-me coisas que não lembra o diabo. Faz-me perguntas sobre sexo, que nunca me passariam pela cabeça. Pode ser que um dia eu conte aqui, mas hoje quero contar outro episódio que me marcou sobremaneira.
Isto passou-se há uns dois meses e foi absolutamente delicioso de tão bonito e genuíno que foi.
Esta minha amiga não tem namorado, mas sonha com o príncipe encantado de olhos abertos, 365 dias por ano, e a cada segundo do dia.
Tem 31 anos, e portanto já se acha velha, e anda consequentemente desesperada por um homem que lhe dê filhos e que lhe traga a famosa felicidade cor de rosa, com anjinhos de asinhas e tal e coisa. Já sabem como é, né?
Um belo dia, chega-me aflita, completamente perturbada, de olhos encharcados e diz-me que tem uma coisa para me contar. Uma coisa grave.
Eu pensei logo no pior: tem uma doença incurável (eu tenho jeito para pensar em coisas graves). Mas não. Nada disso: tinha arranjado um namorado há duas semanas, também ele muçulmano, e ele tinha acabado de lhe comunicar que decidira terminar a relação por SMS. Digno de um gentleman..
Eu, claro, iniciei logo aquele discurso de que "homens há muitos e que ele não a merecia", quando subitamente ela me interrompe e me diz: "Eu dei-me a ele e tudo. Estou tão arrependida...Nem acredito que fui tão ingénua".
Aí, parou tudo à minha volta. Fiz alto e para o baile! Como miúda?? tu quê??? Tu deste-te a ele???? Eu ia tendo uma síncope naquele momento porque sei o quanto ela venera essa coisa chamada virgindade.
Em câmara lenta, os meus neurónios puseram-se em conversação e pensamos: "porra, foi desta que a gaija vai ser trucidada. Perdeu a virgindade. O caldo está entornado!". Imaginei logo o pior cenário (isto indo ao encontro da minha versão sempre fiel do pior cenário possível): ela iria ser expulsa pela família, linchada pela mãe mal pusesse os pés em Casablanca. O vericto final estava bem ali na minha frente: pronto, fez merda e estamos *odidos.
Depois desta pequena divagação interior, regresso ao meu diálogo com essa minha amiga quando ela me diz em remate final: "Dei-me a ele pois dei o meu primeiro beijo a um homem! Nem acredito que fui capaz".
Aí respirei fundo, e o meu coração voltou a bombear dentro da normalidade. Estamos safos, afinal foi apenas um beijo.
Eu estava aliviada, mas ela não. Chorava copiosamente, ali, na minha frente e eu sem poder fazer nada. Partia-me o coração.
No final do dia, eu pensava cá para os meus botões que ela tinha toda a razão. Dar um beijo é dar um pouco da nossa alma a outra pessoa. É partilhar aquilo que temos de mais íntimo e único. É o nosso paladar, o nosso sabor que damos a conhecer. Mais do que o sexo, que nos proporciona prazer, mas muitas vezes deprovido de alma.
O beijo é na verdade um pedaço da nossa alma que oferendamos a outrém na expectativa de ser apreciada e retribuída.
Como eu a entendia....Acabara de me fazer reflectir sobre algo que nunca tinha pensado e que fazia todo o sentido.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

(mais) conversa parental (2009-12-08)

minigajo: Hoje durmo na tua casa ou na do pai?
eu: na minha.
minigajo: Que chatice...
...

Dormir Juntos ou Separados?


Quando me casei, assim, há um século atrás, nunca tinha prestado atenção ao "acto de dormir junto", mas hoje sei, por experiência própria, que ele diz muito sobre a relação.
Há uns dias atrás, comentava uma pessoa conhecida, e isto de uma forma totalmente espontânea e intuitiva, que não conseguia dormir a noite toda com o marido ao lado e que, a meio da noite, sentia a necessidade de se levantar e de vir dormir para o sofã.
Eu não disse nada, mas não achei muito bom presságio para aquele casamento que conta apenas com dois anos.
Acho que o acto de dormir é o momento único do dia em que o casal tem a real oportunidade se (re)encontrar a sós. É "o" momento da partilha, do toque, com ou sem intimidade sexual.
É nesse preciso momento em que as maiores confissões de amor são feitas, onde se manifesta aquele gesto de carinho que é tão essencial à preservação da relação.
Pois bem, eu acho que dormir junto significa dormir agarradinho, em concha de preferência, entrelaçando pernas e braços, para se fundir num só.
É completamente indiferente e natural que no decorrer da noite, esse abraço mais profuso se desfaça, mas o aconchego fica. A proximidade física feita intimidade está presente. E isso é bom, muito bom e desejável que assim seja.
Agora, quando observo situações como a que eu passei em que se traça uma linha imaginária que nem o equador para "delimitar" milimetricamente os espaços físicos ocupados por cada um numa mesma cama ou situações em que um dos cônjuges sente a necessidade absoluta e recorrente de partir para o sofã, não posso achar isto próprio de uma relação plena.
Pode ser mania minha, recalcamento de um trauma passado...não sei, mas continuo na minha.
A proximidade física diz muito de nós e da relação que vivenciamos naquele momento. Diz muito da nossa cumplicidade sem ter de o provar com palavras.
Já dizia Pierre Bourdieu que o "Habitus", ou seja, a forma como o corpo se faz coisa, ao expressar-se sem falar, diz tudo de si sem que a palavra tenha sido convocada.
A intimidade ou cumplicidade existe ou não existe, ela fala por si. Não precisa de provas ou de explicações verbais.

Diálogos passados (2008-12-29)


LX:

E como vão?

Como eu?

Isto é: mais gordas?

C'um caraças! Porrrrrrrrrrrrrrrrra!

LB:

Bota gorda nisso, mulheri!

Até me assustei hoje quando me pesei – irra!

MJ:

Tive saudade vossas, passei os dias rodeada de pessoas que me impediram de comunicar convosco.

Eu lamento mas estou cada vez mais magra.

A situação cá em casa está na mesma. tivemos uma discussão, mas não ficou nada resolvido, nem pode. Eu não posso sair de casa porque não consigo sequer me vestir sozinha quase, quanto mais cuidar das crianças. E ele também se vê na obrigação de não me abandonar assim. Uma trapalhada.

E a minha flor branca morreu, coitada.

LB:

Querida MJ:

Não foi só a tua flor branca que morreu: a minha também… Mas vou comprar outra, ai se não vou…

Só te posso aconselhar calma, serenidade e muita firmeza nas tuas convicções, miúda. Hás-de sair dessa, vais ver que vais conseguir. Força minha amiga, muita força. E energia positiva – tenta sempre compor pensamentos positivos, reforça-te positivamente, sempre.

Eu estou aqui, à distância dum clique, dum sms, do que quiseres.

MJ:

Obrigado amiga,

Eu sei que posso contar contigo.

Tens-me dado muita força.

E eu também vou comprar outra.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Estados de espírito


Eu considero-me, felizmente ou infelizmente, uma pessoa muito emocional. Dou muita importância, talvez demasiado, a pormenores. Nestes últimos tempos, tenho tido vários estados de espírito, o que talvez até denote uma certa instabilidade da minha parte. Pois, mas é isso mesmo, sinto que não estou estável. Para isso tem contribuído, muitos factores e a eles aliados, pormenores. A verdade, é que deveria cortar com tudo aquilo que contribui para essa instabilidade. E cada vez mais me sinto tentada a fazê-lo. E acho que só não o faço um pouco por cobardia, e alguma (confesso) esperança.
Este fim-de-semana aconteceu algo que se fosse à um tempo atrás, teria ficado destruída, neste momento e depois de ter ficado zangada comigo (erro), sinto-me calma, como se já não me permitisse ficar magoada como ficava. Tenho cada vez mais a certeza que quem sai a perder não sou eu. Isso é bom, não? Ou será apenas uma forma de me esconder? De me recolher na conchinha, na minha zona de segurança? Seja o que for é que me sinto bem, ou pelo menos, a tristeza já não se aloja como se alojava. Mas a desilusão fica...

Espionagem no Século XXI


Porque afinal a espionagem no Século XXI existe! Muito para além da tela do famoso e sexy James Bond e muito além dos tempos imemoriais da guerra fria ou do KGB!!! Ah pois!!!! Oh oh!!!!!

Espiar virou a técnica generalizada, direi mesmo, "popularucha" dos cobardes e dos pobres de espírito que se renderam ao comodismo e à técnica do chico esperto.

Espiar hoje é algo de muito mas muito mais subtil e de grosseiro que alguns pensam dominar e onde a "amizade" é usada com tamanha façanha que nos faria lembrar as tiradas da "Arte da Guerra".

Pois é, pois é...Eu não aprecio muito os James Bond que, azar dos azares, era "O" filme preferido do meu ex, nem sou gaja de usar aquela tirada do "não olhar a meios para atingir os fins", mas sou gaja para dar troco e ***er com toda a doçura deste mundo quem me quer comer com o sorriso nos lábios.
É que, regra geral, quando me comem, eu também como.

Portanto, venha lá o Take II da espionagem em terras X, que estou cá para ser a protagonista principal do próximo James Bond à la BXL (assim fica mais fino e mais a gosto).

domingo, 6 de dezembro de 2009

E porque....



E porque há coisas muito óbvias, mas feias que todos nós fazemos, porque somos humanos, mas que muito poucos confessam porque se acham acima de Deus, leia-se perfeitos. Poing, poing......

Perder o Norte...



Encontrar ou manter o Norte nos dias de hoje é obra difícil, para não dizer impossível.

Bem sei do que falo, pois já pensei ter encontrado o Norte, perdi-o, e hoje procuro saber, com muito cuidado, se de facto o reencontrei.
Viver numa cidade grande tem-me mostrado muita coisa. Uma delas é que nem sempre o dinheiro traz felicidade, daquela que nos faz sentir "inteiros" por dentro, no matter what. Sei que isto parece um cliché, mas ouçam, pois eu nem sou daquelas pessoas que acredita no amor e numa cabana. De todo. Sou muito realista com todos os inconvenientes que isso possa comportar.

Aqui conheço muita gente, algumas de muito perto, outras nem tanto, mas vou dialogando e por vezes bastam-me algumas palavras aparentemente soltas, para eu ler sentimentos bem mais profundos e (des)estruturantes.

Nesta cidade grande e cosmopolita, deparo-me muito com muita gente que está muito bem na vida, economicamente falando.
A maior parte destas pessoas encontraram de facto aqui o seu el dorado, outras buscam-no insaciavelmente, usando nomeadamente alguns meios menos lícitos para chegar lá....e muitos/as conseguem...outros/outras nem tanto, mas não perdem a esperança ou a ilusão direi eu. A ilusão de uma vida melhor, mas nem sempre mais rica. Muitos, muitos mesmo, deixam transparecer, entre dois sorrisos, uma mal estar que vem de dentro. Basta-me um pequeno olhar perdido no vazio para eu perceber que existe ali uma tristeza profunda.

Muitas vezes chego a não conhecer as causas dessa tristeza, outras vezes sim, sei, vejo mas não falo. Deixo que a pessoa fale ou simplesmente, ficamos em silêncio e desviamos a conversa para outras coisas.
Aqui vive-se em grandes festas, conhece-se gente "culta", casas sumptuosas, restaurantes requintados, viaja-se quando bem se quer, mas não se tem o que mais se deseja: um amor verdadeiro, uma intimidade sentida, aquela que não precisa de palavras.
Nunca me esquecerei de um desabafo de um colega português, funcionário vitalício numa instituição de renome que me confessava, entre dois copos (pois tá claro), que cá "as pessoas são íntimas sem nunca terem partilhado a intimidade".

Mais do que aquelas palavras, para mim, confusas e incoerentes, o que mais me tocou foi a profundidade daquele olhar ao pronunciar aquelas palavras.

Vim para casa a pensar naquele absurdo e confesso que não entendi.
Mais tarde, depois de ter conhecido mais gente, em situações muito idênticas, entendi tudo finalmente. Hoje em dia, ou pelo menos, aqui, as pessoas não se amam verdadeiramente, não se dão verdadeiramente, sem que o interesse esteja (omni)presente.

Cada vez mais, apercebo-me que as relações nascem da conveniência, seja pelo dinheiro, seja pela solidão, seja porque querem ter filhos, ou porque a tradição diz que assim é que tem de ser.

As pessoas vivem no meio do conforto, mas revoltas num sentimento de perda, de derrota, de tristeza que nem elas sabem explicar. Têm tudo mas falta algo.

É uma contradição que não sei explicar. Mas nesses momentos, sinto saudade dos tempos em que era criança e em que toda esta realidade me era estranha. Preferia não ler, não ver, não sentir este vazio, a aflição no olhar do outro. Esta experiência chega a ser tão intensa que fico angustiada, desamparada, e com medo que isso me venha a acontecer.

Nunca pensei sentir, aqui, nesta grande cidade, o que é perder o Norte. Nunca. Mas a cada dia que passa, sinto que Deus ou a crença em algo de bom e melhor poderá ser a solução.
Acredito que Ele seja reconforto na adversidade, na solidão, no desamparo, pois só Ele nos ouve quando mais ninguém nos ouve. Ele é o nosso ouvinte privilegiado.
Ele não responde, ali, naquele momento, mas devolve-nos a esperança, aquela esperança de um novo dia. Não será assim?

Hoje estou assim...



... zangada comigo!
Porque permito que me façam sorrir para depois chorar.
Porque deixo que expectativas ainda se criem quando sei que serão goradas.
Porque estou disposta a tudo quando o que recebo é nada.
Se isso é gostar... para mim não é.

sábado, 5 de dezembro de 2009

(outra) Conversa parental (2009-12-05)

(enquanto enfeitamos a árvore de natal)
minime: O que mais queria de tudo tudo tudo neste mundo era que tu e o pai estivessem juntos.
eu: Mas estamos, amor, estamos sempre juntos, por ti e pelo mano.
minime: não é a mesma coisa. Devíamos estar aqui os 4 a pôr os enfeites na árvore...
eu: Este ano és tu que pões a estrela no topo!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Revolutionary Road


Em tempos vi este filme.
Retrata a vida dum casal farto do conformismo e que quer viver a vida em pleno.
Porém, as coisas não vão correr assim...
Sonhos desfeitos, novas oportunidades, conformamos-nos a viver a vida que temos, viver segundo as regras da sociedade em que nos movemos, criar uma família, facaditas no casamento...
De facto, é muito fácil identificar-me com esta história.
Foi de um filme assim que quis fugir.

Estradas que surgem


Quando tomamos as coisas por certas achamos que tudo vai ser daquela maneira. E que o caminho para ser feliz tem necessariamente de passar pelos caminhos que nos propusemos seguir. Mas nem sempre é assim. Porque a vida tem destas coisas de pregar partidas.
Um dia, o cruzamento chega. Estradas novas que surgem. Uma escolha que nunca ponderámos sequer ser possível servir de caminho. Mas ela aparece. Apetece ser trilhada.
Hesitamos no início. Como se achássemos que aquela estrada poderia ser uma estrada de pedras. Mas pensamos depois que para quem como nós já caminhou sobre brasas, as pedras desse caminho são pedacinhos de algodão.
Erguemos a cabeça, abrimos a alma e o coração, e damos o primeiro passo.
Deixamo-nos ir.
Deixamo-nos ir...

Ora bem....seja como for, é assim:

Hoje deu-me para isto ...

Não sei se pelo peso da data ou se porque fizeste questão de me lembrar. A verdade é que não me lembrava não fosse o apelo de um amigo que me pedia que lesse uma entrevista dele naquele jornal. Fez anteontem um ano também corri ao quiosque. Os dias anteriores tinham sido feios e molhados. Mas naquele dia Lisboa vestiu-se de sol dourado e cobriu-se num manto azul celeste ... como se se engalanasse para festa.

Fiz a vontade ao coração e fui. Afinal era lá que eu devia estar. Cheguei atrasada de propósito. Para ver sem que me visses. Mas descobriste-me mal entrei e fiquei ali ... à porta, de pé tal como sempre quis e sempre estive. Na bruma. Perante a tua primeira reacção de alegria e espanto ... enquanto a assistência, suspensa, aguardava que continuasses.

Tinha saudades da tua voz. Quente e nasalada. Do brilho vivaz dos teus olhos negros expressivos. Do teu falador olhar. À medida que as pausas no teu discurso íam aumentando porque as palavras te começaram a faltar ... as lágrimas bailavam-me nos olhos e esforcei-me com sucesso para que não me escorressem pela face. Lembro-me que os últimos slides foram passados a correr e que o teu grand finale ... acabou por não ser como planeaste.

Sentáste-te furioso e numa meia hora em que te retorceste vezes sem conta na maldita cadeira passaram nos teus olhos a fúria, depois a mágoa, a seguir a tristeza e por fim a resignação.

Amanhã - que já é hoje - os nossos filhos mais novos estão de parabéns. Salvaram-nos. São os nossos salvadores. Hoje ... faz cinco anos que Deus andou connosco ao colo. No mesmo dia ambos andámos no colo do mesmo Deus. Tão longe e tão perto. Como sempre estivémos.

Já não te amo e talvez não ame ninguém.
Resignada pelas voltas do destino. Derrotada uma vez mais pelo Tempo que nunca foi e que nunca será.

Mas sei também que hoje voltarei a precisar do colo de Deus ... porque ficarei completamente desasada.

Deu-me para isto hoje ...

Mas nem sempre...


"Mas nem sempre vale esse tal de amor
Que tanto se fala
Nem sempre cabe no peito o espaço que falta

Porque o amor nem sempre existe
Nem sempre subsiste

Apesar de por vezes jurarmos que o vimos passar

Bem perto de nós, bem juntinho a nós

Mas a ilusão também existe

E também nos faz acreditar, confiar, sonhar

Que o fogo arde no mar

E que a maré não pode matar

Para a seguir apagar, anular, desaparecer

Como o ar que se nos escapa de uma respiração

Até não sermos nada
Nem sim

Nem um simples... Não"

Donna Maria

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Diálogos passados (18-12-08)

LB:

"Bom dia amigas:
Ora, ontem chego à ama e que encontro?
A minha filha amarela, amarela, tipo chinês, a queixar-se da barriga,
O meu filho novamente prostrado.
Um rol de queixas: e o menino não está bem, e não come, e não faz xixi e blablabla
Liguei à pediatra e voei para lá
Pelo caminho tive que parar para a mini vomitar…
E à vinda embora, não satisfeita, bati com o carro a sair do estacionamento
Dói-me a cabeça e a garganta
Enfim…"

KT:
"Mas o dia hoje vai ser muuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitooooooooooooooo melhor!!! Verás!!
Veremos!!!"

LX:
"Desculpa krida do coração
Nem te respondi.
Que chatice os meninos... custa tanto quando eles estão assim...
Toma já um Ibuprofeno ou se preferires natural : alguma coisa com propolis .... merda lá, tou eu armada em médica.

mas é de coração , já sabes. Apetece-me ... tu sabes o que me apetece."

Diálogos passados (05-12-08)

LB:
"Ok. Entendi. E tu também, assim é melhor. É o que eu digo sempre: escrever é a melhor terapia que eu conheço…
Eu estou bem. Vejamos:
Ontem chego a casa com os meus 700 gramas a mais… e que tenho para o jantar?
Alheira de Mirandela com batatas fritas e ovo! Sobremesa: mousse.
Porra pá, o gajo não colabora comigo… E a minha filha: mãe, tás mais gorda e agora ainda vais ficar mais, mãe…
Enfim
Ora logo à noite gajo vai sair (gajo, o de lá de casa). Depois do jantar vai tomar café com uma amiga; força, na boa. Aliás, fico muito feliz. Assim posso estar à minha vontadinha….
De resto, vou indo.
No domingo passado (não sei se já te disse isto…), a minha filha fez uma prenda para mim:
Pegou num tubo do papel higiénico (que acabou), tapou as extremidades e deu-me. Escrito por fora: descobre-me e abre-me. Dentro, vários papeis dobrados com mensagens do tipo: mãe, adoro-te mais que a minha própria vida.
E deu-me um nó tão grande… Que ando eu a fazer a esta minha menina cristal tão especial para ela sentir que me tem que dizer isto?"

LX:
"não andas a fazer nada que não devas!
a tua filha está a mostrar o que sente! e a quem ama!
que mais e melhor podes tu querer da vida?
Nem todos se manifestam da mm maneira, pá!
PS:Tás choné? Confia no teu instinto animal de mãe!

Quero lá saber







De convenções

De tradições

Do que é certo ou errado

Do que deveria ser

Do que deveria fazer

Ou dizer.

Sinceramente

Quero lá saber.

Ou “pardon my French”,

I don’t honestly give a fuck, my dear.

Há uma vida por aí e cum caneco se não estou a vivê-la.

Com todas as forças que se me definharam nos últimos anos. Apanhei-as lá do fundo do poço onde andava a enterrar-me. Agora que cheguei finalmente à superfície e consegui assentar os pés no chão, já tenho forças para conseguir finalmente levantar voo. O coração esse já lá anda alto, misturado no meio das nuvens, distraído, ás vezes tenho de o chamar. Espera por mim. Já aí vou. Já aí vou...

Este sonho sabe-me a torradinhas com manteiga em dia de chuva em casa de avó. Sabe-me a amor verdadeiro.

Amor = Liberdade? Hum....


No comments....

My thought "through" a Cappucino...



Estou de regresso e com a cabeça algo cansada. Tenho uma defesa na próxima quinta e nem quero pensar no assunto. Amanhã , começo a pensar nisso...

Não me apetece pegar novamente nos livros, agendar entrevistas, preparar a minha ida a Y, mais uma viagem, mais um hotel, mais pessoas diferentes. Por vezes, sinto-me cansada deste corre-corre, mesmo sabendo que é fascinante e riquíssimo. Aprende-se muito, como pessoa acima de tudo. E é bom, mas hoje apetece me fazer uma pausa e como tal vou ali carregar na tecla “pause” por breves momentos.

Estou sentada num café (http://www.karsmakers.be/; passo a publicidade mas adoro este café) a tomar o meu pequeno cappuccino à italiana, que é o melhor que jamais provei e começo a dissertar sobre algo que me tem preocupado ultimamente: a desorientação das mulheres no pós-divórcio. Claro que me incluo nesse grupo de mulher, ora pois, sim porque "cientista" (é chique dizer isto. lol.) também sofre como gente normal. Muda apenas a roupagem ou/e linguagem para além do local de residência, embora temporário (e ainda bem).

Tenho vindo a reflectir e por vezes chego à conclusão que numa 1ª fase, logo após o divórcio, a mulher preocupa-se imenso em encontrar alguém. Entra mesmo em pânico a cada segundo do seu dia: vou-me divorciar, e agora, fico sem gajo? “Porra” (como diria uma power gaja que eu cá conheço), isto não faz sentido! Estivemos tanto tempo agarradas (ou atreladas) a um gajo macho, que quando nos libertamos dele, nem nos sentimos bem. É como aquela sensação de quem sai do cabeleireiro e muda radicalmente de penteado: olhamos ao espelho e mudamos subitamente de identidade. É verdade: aquele gajo, que por vezes, nos trouxe mais males que bem, era parte integrante da nossa identidade. Os hábitos, os gostos, as escolhas eram todas filtradas por essa pessoa, que alguns gostam de chamar de cara-metade. (enfim, há gostos para tudo). Eu dava-lhe outro nome, mas não quero ofender ninguém aqui. Lol. (sou mesmo má….credo…este cappuccino tem veneno).
Por mais incrível ou incoerente que possa parecer, ficámos com os neurónios colados a este pensamento: preciso, quero um gajo. Já. Porque lá no fundo, no fundo, achamos que caraças (esta expressão é minha) não somos de deitar fora e a minha vida sem gajo não faz sentido.
Este pensamento torna-se recorrente, constante, assolador e obcecante. Ocupa-nos a mente com mil e um pensamentos: o que será de mim sem homem? Sem alguém a dividir a casa? A dar-nos orientações de vida? Quem me vai ajudar a cuidar dos filhos? (para quem os tem). Esta fase é altamente angustiante, e não recomendo.

A esta primeira fase, segue-se a fase da consciencialização da nossa individualidade feminina e da nossa autonomia. É a fase das descobertas, das remodelações internas, das mudanças de decoração em casa, é a fase das montras, dos cremes, dos spas, das horas de ginásio à outrance das saídas a sós, dos amigos que se multiplicam como cogumelos. É uma fase muito mais equilibrada. É A fase da despreocupação e do bem-estar. Sentimo-nos nas nuvens, sentimo-nos acima dos problemas dos comuns mortais porque o nosso tempo é apenas nosso, as responsabilidades apenas nossas e tudo o resto é liberdade. Não partilhamos nada de bom mas também não partilhamos nada de mau. O nosso envolvimento é medido ao milímetro e não excede os limites do "razoável"( mas o que é o razoável?). Vivemos a meio gás, mas é bom. Muito bom.
Mas aí que chega a 3ª fase. A fase do namoro. Ora bolas…caímos na trama do amor e recomeça tudo de novo, mas de forma diferente: passo a explicar. Apaixonamo-nos que nem umas tontas, dizemos palavras de amor, de paixão, entregamo-nos como nunca, como se não houvesse amanhã e PIMBA: eu gosto deste gajo, mas “E SE” vira ao inferno que eu já vivi???? Isto é ciclo tramado: sentimo-nos bem, mas não queremos passar pelo que já passamos anteriormente. Não queremos viver o mesmo filme, numa versão optimizada. Upgrades, não é connosco. E agora? O que fazer? Pois bem: não sei.

É uma fase tramada esta. Pomos tudo de novo em causa: será que isto que eu quero? Será que será mesmo bom? Valerá a pena arriscar até ao tutano? Assumir o compromisso e vivê-lo diariamente a dois? Os “ses” saltam nas nossas mentes que nem cordeirinhos à noite. E eu pergunto: o que se segue a esta fase? É que eu gostava de saber….Esta é a 3ª fase, e há quem diga que à terceira (fase) é de vez….Será????

Acho que fico por enquanto pelo cappucino e vou ver montras porque hoje estou assim out of order.

E hoje apetece-me dizer uma banalidade...única.


Deus escreve direito por linhas tortas e este Blog é prova disso.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

E porque mesmo assim...não temos medo de dizer:


Cair na real....


Cair na real dói.
Dói ter de acordar do nosso sonho, do nosso mundo fabuloso onde os outros são sempre os culpados pelos nossos insucessos, pela nossa incapacidade de vencer.
Dói colocar-se em causa, olhar-se ao espelho e ver que afinal estamos repletos de erros, de falhas e que acima de tudo, não estivemos à altura dos outros, esses sim, que sempre viveram e viram a realidade tal como ela existe.
Dói verificar que me isolei. Que me isolei de crescer, que me isolei para não ter de enfrentar os outros, a realidade em si, e que com isso me impedi de crescer, de amadurecer, de me realizar, de me tornar numa pessoa adulta e alguém na vida pessoal e profissional.
Pior do que chegar a esta bela conclusão, ao fim de X anos de existência, é perceber que o fiz de uma forma totalmente inconsciente, mas fi-lo achando que estava no caminho certo e que sabia o que queria. Sentia-me a dona da verdade porque achava que controlava as variáveis que me rodeavam. Achava-me infalível. Que erro.
Isolei-me achando que eu estava certa, e os outros errados.
Do alto desta verdade absoluta, permiti-me ser indiferente, coloquei-me à parte, criei uma fronteira, uma linha divisória entre os "amigos" e os "inimigos"; os "bons" e os "maus".
Hoje tudo isto me parece absurdo, mas mesmo assim tão real na minha vida.
Estas consciencializações têm-me caído como autênticas bombas e a reparação dos danos tornou-se urgente.
Tenho vindo a sentir que a minha redoma de vidro está a ceder.
Amiúde, as rachas vão aparecendo, cada uma mais dolorosa que a outra, que nem estrias no corpo de uma grávida. As rachas sucedem-se, tomam a dimensão de fendas bem visíveis e começam a estalar em grande pranto, soando um eco estridente dentro de mim. Tomo consciência da minha desorientação, da minha deslocação em relação ao mundo real e não sei que pontos de referência tomar.
Sinto-me embriagada de espanto, imersa nas minhas reflexões.
Não me considero uma pessoa má, bem pelo contrário: considero-me é uma pessoa que não soube "comunicar" com os outros e com o mundo por apenas lhe desconhecer os códigos de linguagem. Hoje quero conhecer essa linguagem e usá-la no meu dia a dia.
Se me afastei, se me escondi, se me “tolhi”, foi por medo de me assumir, por medo de dialogar, com o medo de enfrentar os meus defeitos.
Preferi esconder-me a enfrentar a realidade.
Preferi deter-me às minhas parcas conquistas a arriscar o "insucesso" da minha incapacidade.
Decidi fugir a enfrentar os desafios do crescimento, preferi fugir a sofrer as dores do crescimento e a reprovação dos que me rodeavam de perto.
Seja como for, o potencial permanece em mim, sinto que ele existe e hoje não há mais fuga possível.
Sinto que fui injusta, mesmo sem querer, mesmo tendo agido em conformidade com o espaço ridiculamente pequeno onde me movimentei durante toda a minha vida, fruto da minha educação e/ou da minha maneira de ser.
Gostaria de argumentar, de me justificar, mas talvez não seja o momento, talvez não adiante justificar. A voz falha-me, as palavras não saem.
Penso que hoje o caminho passa pela mudança e pelo caminhar em frente. Não há espaço para justificações. Há apenas espaço para "a acção".
De nada vale olhar para trás. Esse tempo já lá vai.
Cair na real dói, mas tinha de ser.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Alfinetes... pionés... pregos e afins!

Alfinetes, não... Pregos... dos compridos e de ponta de aço!!

Tudo o que diga respeito à minha cria tem este efeito.... Depois de uma disponibilidade relativamente imediata (após o meu pedido) para assumir a paternidade por duas horas enquanto eu ia à Toys'R'Us recebo um sms que dizia qualquer coisa como: "Só não percebo porque não fizeste as compras no fim de semana, não tiveste tempo? estavas sem a criança. Seria tudo mais fácil..."
Fácil para quem? Não deveria ser um prazer para ele? Não! Era apenas um favor que me estava a fazer...
O poder de uma mulher assim se vê... tenho tanta pena.... estes são de facto os alfinetes que se transformam em pregos!

Não sei como fazer passar a mensagem que a criança precisa dos dois...

De facto, o meu tão almejado sonho de familia acaba por ser o desenho da escola... apenas nós! Com tudo de bom e mau que vem e tem associado!