segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Conversa parental (2009-11-30)

"Mãe, hoje fizemos um trabalho da família!"
"Ai foi?! E fizeste um desenho?"
"Não, fiz dois: um quando estavas muito gorda e outro comigo e contigo depois de eu sair!"
"Ah... que giro, muito bem!!! Mas olha e o pai, não desenhaste o pai?"
"Não... "
"Então, filhota?"
"O pai não é família!"

Porque há dias em que nada faz sentido...

Um dia parámos de correr, retemos momentaneamente os soluços, o ar ofegante, acalmamos o ritmo cardíaco.
Simplesmente, paramos e olhamos em frente e eis que não encontramos nada. Nem a paz, nem o sossego que pensávamos poder encontrar depois de uma dolorosa batalha.
A esperança mora aqui, mas é apenas uma esperança em abstracto.
Do outro lado da barricada, olhando para trás, estão os sonhos esvoaçados, as expectativas frustradas, o sabor amargo da desilusão e a solidão.
Ficamos ali paradas, cansadas mas em desassossego.
É nesses momentos que nos interrogamos se algum dia seremos capazes de nos reconstruir por dentro como se nada tivesse acontecido. Será?
Será que um dia voltaremos a sentir aquela sensação de "dever cumprido".
Será que um dia poderemos pensar que somos realmente felizes, que nos sentimos preenchidas, estáveis, e tranquilas? Não sei.
A própria resposta angustia-me, a mim, porque não sei responder. Não tenho certezas. Apenas dúvidas, dúvidas que me atormentam. Como tal, retomo a corrida.
Naquele momento, a fuga para a frente parece-me ser a resposta mais acertada, então fujo. Corro. Sempre, mais e mais e penso que não quero mais parar porque não quero mais pensar.
Definitivamente, quero manter-me em movimento, sem pensar, sem reflectir. Fujo do hoje porque não sei o que me espera amanhã.
Recordo-me apenas de que um dia, no passado, achava que tinha as respostas todas e sinto saudades dessa sensação. Não sei se essa sensação era real, mas eu achava que sim, e isso bastava-me. Preenchia-me. Hoje a dúvida, a ausência de certezas esvazia-me.
Porque simplesmente há dias em que nada faz sentido. Mesmo.

domingo, 29 de novembro de 2009

Porque amar é.....


Dar e receber sem esperar que haja ganho.


... ... ... em 2009.11.28

Tenho que me redimir...
ontem no meio de uma conversa na qual fazia bandeira da minha boa disposição baseada na certeza de decisões tomadas, cometi uma não verdade... ou uma omissão... Pois é... dizia eu que me sentia bem e com o coração quase leve porque tinha a certeza que a decisão de enterrar um relacionamento moribundo há já alguns meses era a melhor para ambos... só que não disse que apesar disso não deixava de pensar e não deixava de ter um alfinete espetado e que consecutivamente ia picando, ao de leve (ou talvez não!)...
As meninas que me conhecem melhor, sabem que sou de andar em frente e deitar as coisas para trás das costas, mas isso não significa que as esqueça. À 1ª vista até parece que sim! Mas não...
Há momentos em que parece que as alfinetadas passam de pequeno incómodo a uma dor latente e em crescendo!!! Foi o que aconteceu quando me vi diante de um copo de Havana Club, a ouvir uma banda de covers dos U2. No meio de toda aquela gente e aquele barulho consegui alhear-me e só pensava: Que treta (para não escrever asneiras no nosso uindo blogue!)... como é possível que após uma longa conversa onde se desenterraram assuntos antigos, não se consiga dizer "Gosto de ti", mas que se questione se eu não acredito nisso e não se tente lutar por aquilo que se ama...? Não posso crer que isto seja amor... se o é, está aliado a um grande comodismo - eh pá eu gosto dela e muito, e ela é o meu futuro e tal, mas ela não quer, eh pá, tá-se bem!
A certa altura, levanto olhos do meu havana e deparo-me com esta cena: um casal mediático da nossa praça... ela, actriz, que esteve há pouco tempo seriamente doente com a doença do século, ele um empresário de sucesso... bem dispostos a rir com um carinho e cumplicidade notórios ...
O que me levou a pensar: "Porra! Há gente que de facto complica e não sabe a sorte que tem ou teve... e não sabe ser FELIZ!!"
Corrigindo... este foi o 2º pensamento... confesso que o 1º foi " Bem, como deve ser bom ter babysitters!"!!!

By KT

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

E porque há dias assim... (19-11-2009)

Bom dia!

Se é que posso dizer que vou ter um bom dia. Pois ele não começou nada bem. Depois de mais uma noite pessimamente dormida, em que dediquei metade do meu tempo a pensar e a elaborar uma tese para os meus pés frios lá consegui dormir qualquer coisa. Para variar levantei-me tardíssimo, e em sobressalto acabei por malhar da cama abaixo, arranjando uma bela tatuagem negra para o meu joelho. Chego ao W.C. e deparo-me ao espelho com o peixe balão, pior, um peixe balão cheio de remelas. Toca a deitar água gelada para as trombas a ver se acordo, se as remelas desaparecem e se eu finalmente acordo. Não me pareceu ter funcionado. A seguir luta com um tampax, esta acabei por vencer. Porém já tinha perdido uma boa quantidade de tempo. Atrasadíssima, lá enfiei qualquer coisa que combinasse com cara de peixe balão e o cabelo de galinheiro. O resultado não foi os melhores mas já não tinha mais tempo. Chamo elevador, volta abrir porta de casa porque me esqueci do telemóvel, chamo elevador, volto a abrir a porta de casa porque reparei que estava sem casaco e está um frio de rachar. Volto a chamar elevador, sim porque incrivelmente, o meu prédio só tem neste momento 3 apartamentos habitados em 6 mas toda a gente se lembrou de chamar o puto do elevador à mesma hora que eu. E pronto, finalmente na rua. Passo acelerado porque ainda estou na esperança de engolir um café triplo antes de entrar no batente. Enquanto ando, os meus olhos estrábicamente se deslocam para o meu lado esquerdo onde um puto de um corno cismava em permanecer levantado no meu cabelo enquanto eu insistentemente tentava que ele recolhesse ao ser lugar. Luta perdida! Logo vou eu, rua abaixo com cara de peixe balão remeloso, com uma roupa amanhada à pressa, com um puto de um corno a balançar. A boa notícia é que ainda consegui tomar café, pois, mas devia ter aberto mais uma vez a porta de casa, pois a carteira ficou lá.

Por isso, amigas, bom dia!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Monólogos passados - 01-06-09

Eu não tenho nada para contar

Excepto que

Dormi mal e suinamente

Acordei com 1 enxaqueca do tamanho dum boi

Estou em plena crise de TPM

Questiono tudo e mais alguma coisa

Já não sei o que sinto nem por quem sinto

Sinto-me oca, vazia, triste, incompleta, sozinha

Não sei o que quero nem para onde vou

Sinto-me uma nódoa e um fracasso

Mas, não dêem importância: isto há-de passar tudo assim que a menstruação começar a correr: isto é mas a é mimo a mais

Beijos, minhas lindas

A ideia do Blog:

Depois de andarmos ás voltas com a ideia que deveríamos escrever um livro, pois as nossas histórias e a maneira como as nossas vidas se cruzaram daria uma série melhor que "as donas de casa desesperadas", eis que nos surge o bichinho de criar um blog, com as nossas conversas, os nossos pensamentos e as nossas emoções.E assim nasceu o bicho que originou o blog das powergajas:

19, Novembro, 2009

LB:

Pá, agora é mesmo a sério, quanto mais penso em nós e no quanto já partilhamos e vivemos ao longo deste tempo (com algumas mais dum ano, com outras a caminho disso), mais acho que nos devíamos mesmo lançar na aventura da escrita.

A sério que acho pá.

Acho mesmo que devíamos escrever um blog. Sou um bocado matreca nestas merdas, mas creio que é possível conceber blogues com mais que um autor e que é possível mantê-lo privado – ou seja, só aceder a ele quem a ele está associado.

Eu gostava mesmo muito de me lançar nessa empreitada, porque estou certa que ia dar uma obra de arte fantabolastica.

Até já pensei num título e tudo:

O divórcio nos juntou

Que acham?
Pá, eu acho que tenho a maioria da correspondência trocada entre nós. Dá trabalho fazer a cronologia certa, filtrar o que será para sempre privado – ou seja, que não é para meter lá, o que tem que ser camuflado – ou seja, os pormenores a omitir, mas estou certa que ia dar algo do outro mundo.
E pode nunca chegar aos olhos de mais ninguém que não nós, mas se se ficar pelos nossos olhos, estou certíssima que vamos AMAR relembrar este período das nossas vidas, quando estivermos todas no mesmo lar de 3ª idade

Que dizem?

BXL:
Olé, Eu não me importo de contribuir, na medida do meu possível. Ando curta de tempo, mas por vezes nas horas vagas, porque não. Beijos.

NK:
Eu acho que de facto iria ser muito giro.

MJ:
Eu estou nessa. E sim é possível criar um blog com várias autoras.

LX: 

vamos a isso. já merecemos. tou in and on.

E foi assim que iniciamos esta maravilhosa aventura.

Diálogos Passados (20-04-09)

LB:

Gajas da minha vida:

A carta é do mais apropriado que pode haver! Algumas de vocês sabem porquê lol as outras podem perguntar hehehe – mas eu depois digo-vos

Sei que é loucura

Sei que não vai dar em nada

Mas, sabem que mais? Que se f****, o que eu vou fazer chama-se VIVER e eu quero mais é VIVER e VIVER e VIVER!

Por isso, amanha não me devem encontrar por aqui (se encontrarem, é mau sinal…)

Beijos e abraços!

Fiquem muito bem!

LX:

Eu fico tão tremendamente feliz por ti... quase me deixas sem palavras.

E reparo num padrão, algo que acontece a toda a gente... todos nós consciente ou inconscientemente temos algo que desejámos do fundo do coração e que nunca chegámos a concretizar ... Mas a vida foi andando... e nós fomos também. E no correr do dia-a-dia em muitos desses dias chegámos até a esquecer essas vontades almejadas mas que sempre carregámos e que na verdade são bocados de nós... até que um dia...

Até que um dia nos deparamos com a oportunidade de realizar o sonho. E porquê nesse dia? E porquê agora e.... para quê?

Porquê? Porque já era tempo.

Para quê? Para nos pôr à prova.

Fico muito feliz por teres estado à altura dos teus desígnios, LB. Mais. Fico muito orgulhosa de ti. E muito vaidosa por te ter como amiga.

E jamais esquecerei o dia em que me ajudaste a estar à altura do que Deus me pôs no caminho e que eu tanto desejei.

Independentemente do resultado... não te arrependas. Nunca.

Eu não me arrependo. Jamais me arrependerei por muitos anos que viva.

Chamemos-lhes os nossos "momentos Susan Boyle": respirámos fundo, levantámos a cabeça e... de coração nas mãos... Fizemos a vontade ao coração. E vencemos o tempo.

Por minutos, meia hora, meia tarde, uma manhã.

Podemos não ter 30 milhões de visualizações no You Tube mas visualizámos 30 milhões de estrelas... na esperança de realizar um sonho.

Quantos na vida tiveram esta oportunidade? Se calhar todos nós. Quantos souberam estar à altura... Quero crer que muitos. Eu tenho muita fé na Humanidade.

Tentaste LB.

E isso nada nem ninguém te pode tirar.

E quem sabe... não vais mesmo conseguir... eu até acredito que sim. Não consigo cruzar os dedos dos pés mas faço figas com toda a força da minha alma!!!!!!!!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Azul

Ainda estou para perceber como carga d'água uma coisa destas sucede, desta forma e nestes tempos.
Sempre fui só. A solidão é uma velha senhora que conheço muito bem. E confesso que por vezes não passo sem ela.
No caminho de uma vida, a dada altura perdi-me de mim, quando em busca do sonho da família que nunca tive me esqueci... de mim. Não me anulei. Afinal estava só a lutar por aquilo que um dia mais almejei.
E quando perante o meu fracasso procurei ajuda para os que mais amo... dei comigo de novo... no caminho para mim.
E neste caminho para uma nova vida outras vidas se cruzaram. Algumas reencontradas... outras novas descobertas.
Descobri numa tarde de Outono uma mulher que sem me conhecer de lado algum prontamente me enviou o seu número de telemóvel disponibilizando-se para me ouvir.
Passados 2 meses e confidências inconfessáveis de uma vida a gaija já era uma parte de mim... ora que porra! A coragem de ser genuína, a franqueza da postura, a dádiva abnegada do tempo, da amizade e o incansável olhar leitor … estão sempre ali para mim.
Na verdade andamos sempre a aprender. 
Pensava eu que a esta altura da vida já não se faziam amizades para a vida e sai-me assim... "out of the blue"... De olhos cândidos como um céu de S. Martinho e com a energia de um mar revolto... uma mulher.
Azul.
Sou filha única. Sempre fui só.
Mas já não estou só.
Tenho uma irmã.
Azul.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Afinal valeu a pena...

Porque .....foi bem depois do Divórcio que descobri o significado da palavra "desejo", "cumplicidade", companheirismo" e me tornei numa "mulher" com M grande.
Só por isso, valeu a pena!

Post by BXL

Porque é difícil recomeçar...

Regresso de X com a dolorosa consciência de que a minha vida é apenas talhada por mim e para mim.

Sou simultaneamente “a” peça e “o” puzzle da minha vida. Dito por outras palavras, tenho uma vida solitária onde ninguém habita verdadeiramente …a não ser eu.

É estranho e angustiante aceitar que eu existo, bem ou mal, completamente desligada das pessoas que eu amo ou aprecio, e nelas incluo pessoas íntimas, familiares ou amigos/as. A minha vivência não tem ligação com a vivência de ninguém, além da minha própria vivência. Isto parece meio redundante, mas permite-me ter a real dimensão do meu “drama” humano.

Eu sou só, vivo só e é isto mesmo. É frustrante sentir essa realidade na pele. Senti-la em Y era quase que natural, pois fisicamente falando, não havia como contornar o óbvio da distância, mas essa realidade não é a minha realidade em Y apenas: é a minha realidade, tout court.

A minha existência, actualmente, e, de há uns cinco anos para cá, resume-se a mim, aos meus pensamentos, às minhas rotinas e porventura aos meus sonhos pueris onde és a personagem principal.

Viver em Y não me afastou mais da vida das pessoas que eu amo, incluindo de ti. Vives e sempre viveste distante da minha vida, com ritmos diferentes, preocupações diferentes: vivemos em mundos que não se tocam. Vivemos isolados e longe um do outro, não pela distância que nos separa, mas pelas vidas respectivas que não se reconhecem.

Regressei, chorei, sofro. Sinto-me desalentada, amorfa, inerte no meu canto. Já não choro por ti porque sei que não vens, não porque não queiras mas porque não podes. Sinto-me largada no espaço, sem rede, sem ninguém do meu lado. Amo-te mas nada me vale, de nada adianta. Permaneces longe, mesmo contra a tua vontade.

És a pessoa certa com a vida errada e vice-versa. Temos tudo para sermos felizes e a vida tem tudo para nos separar. Permanece apenas o sentimento, alimentado pelo sonho, pela força da convicção, pela teimosia, pelo orgulho de não se dar por vencido nesta luta desigual chamada “vida”. Existe apenas o sentimento, solto, esfrangalhado, mas sem chão onde repousar, sem terra fértil onde crescer.

Andamos soltos no tempo, soltos no espaço, soltos nos sonhos quase irreais. Como astronautas na lua, somos incapazes de controlar os nossos movimentos, incapazes de assentar os pés no chão, incapazes de seguir o mesmo caminho, juntos, lado a lado, de mãos dadas.

Vivemos a vida como se bebe um licor, aos bocadinhos e saboreando cada travo como se fosse o primeiro e o último. Apenas sei que dói, muito, e não quero sonhar mais, quero ficar imóvel. Sinto-me vazia, sem vontade, sem desejos. Sinto-me apenas derrubada, vencida, esmagada. Sinto o “nada” em mim, imensamente ridícula e só. Jazo no chão, mas não ofereço resistência nem luta. Sinto-me sem forças. Quero apenas ficar, inerte, algures por aí. Hoje não estou para ninguém, nem para mim.

Porque há dias assim em que é tão difícil recomeçar...

Nov 2008

Post by BXL

"Grow old with me. The best is yet to be. The last of life for wich the first was made ...", Robert Browning


Envelhecer. Não me assusta. Não se me aperta a alma nem se me tolhe o espírito. Não sinto que apesar de ter desfeito a estrutura da minha família tenha perdido "o barco". Porque a minha família continua a existir. Os meus filhos têm pai e família paterna. E a família dos meus filhos merece-me amizade, dignidade e respeito. E ainda a sinto como minha.
Vou vivendo. Um dia de cada vez. Os filhos, sempre os filhos. Olho para as caras deles ... vejo-os bem. E sinto que sou melhor mãe. Porque já não preciso de esconder a minha infelicidade. Porque com respeito, dignidade e em sã consciência tomei o meu destino nas minhas mãos. Porque já não tenho de esconder as lágrimas numa banheira de água quente ao chegar a casa ao fim do dia. Porque me enfrentei e me conquistei.
De facto já não tenho muitas lágrimas. Embora continue a ser uma chorona de marca maior. Choro pelas dores mais agudas e pelas alegrias mais simples.
Acredito. Nos dias melhores que virão. Num tempo sem mágoa e sem dor. Esforço-me por não esperar. Evito pensar no que poderia ser ... envelhecer ao lado de alguém, alguém que como eu ... tem o saco lacrimal roto.
PS: Habe Ich Zeit für dich? Dennke Ich grad an dich? Immer. Und immer es ist nicht zu spät.
Aber jetzt, es ist nicht Zeit. Jetzt, es ist Fruhe.
LX

Quando conseguimos sacudir a merda para fora das nossas vidas

Texto escrito no início de 2009. Quando leio isto penso que ainda bem que a mulher que escreveu isto já morreu. Dela nasceu outra completamente diferente, mais confiante, segura, e essencialmente, neste momento prontinha para ser feliz.

O homem que me fez escrever isto está lá para trás. Felizmente. E assim se sacode a merda.


Aquele era o meu dia
Era o meu dia de anos. Não imaginava que ia ter-te comigo o dia todo, nem pensar, até porque era dia de trabalho. Mas tinhas dito "guardei esse dia na agenda para ti, vou levar-te a jantar".
E eu nesse dia andei feliz, não so por ser o meu aniversário e por ver que tenho muitos amigos e bons, mas porque sabia que ia provavelmente terminar o dia sentada num restaurante contigo, em troca de conversas do dia-a-dia. E sabia que ia fazer amor contigo naquela noite, desse por onde desse. Preparei tudo para que tivesse tempo para ir contigo
. Menti à família, inventei outro jantar qualquer e saí de casa à tua espera. Uma sms tua "a reunião está demorada..." "tudo bem , respondi eu, eu espero". E entretive-me a ver montras, a folhear uns livros, sempre ansiosa, a olhar para o maldito relógio, os ouvidos permanentemente a enganarem.me com alertas de sms que não eram do meu telemóvel. Até que perto das dez da noite tu ligaste. Porque se tinha estendido até mais tarde, porque estavas de rastos se eu não me importava de adiar.
"Não", disse eu. "Vai ter com a tua família. Eu fico bem".
E quando desliguei o telemovel desatei num pranto. Porque aquele era o MEU dia e eu tinha o direito de te ter apesar de saber que não eras meu. Mas pelo menos naquele dia...apenas naquele dia.
E mais uma vez engoli em seco mas achei que te amava tanto que suportava aquilo. E mais um bocadinho de mim morreu.

Monólogos passados (13-11-08)

Vou indo. Com a cabeça entre as orelhas…...A verdade é que a depressão anda outra vez a rondar-me, como um abutre atrás duma carcaça.

Só sinto vontade é de chorar e de me isolar, e de me enfiar numa cama, puxar os cobertores para cima da cabeça e fazer de conta que morri.

E estou triste e decepcionada comigo mesma. E invés de triste e decepcionada devia estar furiosa da vida, sim, porque a fúria faz reagir e eu não sinto a mínima vontade de reagir, só me apetece é isolar e não ver e nem falar com ninguém. E não me consigo concentrar no trabalho e não tenho vontade de e para nada.

Queria que o mundo se esquecesse de mim. E não quero falar com ninguém, porque sempre que alguém fala para mim, tenho que abrir muito os olhos para não desatar a chorar como uma madalena.

E que merda pá, que merda….


post by LB


Para mim só quero isto...

Don't promise me forever.
Don't promise me the sun and the sky.
Don't pretend to know you never make me cry.
Just hold me now and promise me you'll try.

MJ

O amor nunca falha??


Quem foi o extraterrestre que disse isto?? Vou ali buscar o meu foguetão e volto já já....
Post by BXL

Powergajas: todas feitas num 8



Num primeiro encontro, este blog poderá parecer um pouco estranho.


A começar pelo nome: "PowerGajas: Diálogos & Monólogos". Ora bem. Primeira impressão: Power gajas?! Que raio de invenção vem a ser esta? ! À primeira exclamação silenciosa, unipessoal e intransmissível, segue-se o primeiro pensamento sonoro e colectivo: “este mundo está perdido!!! Venham ver o que eu descobri. Umas tipas armadas em boas”.


Num segundo momento, ainda projectados pelo élan da descoberta, decidem prosseguir a leitura, pois já estão um pouco convencidos de que se vão rir e muito. Mulheres armadas em poderosas, só pode dar em coisa boa. Pois, muito bem, estejam descansados, pois não estarão muito longe da verdade!!! Oh oh!!!!! O pai Natal existe e as powergajas também!!!


Num terceiro momento, agora já retraídos nas vossas cadeiras, rostos colados ao ecrã do vosso computador, decidem investir nos primeiros posts. Silenciosos e compenetrados. Afinal, trata-se de um acto solene.

Eis que fazem a descoberta do momento: são oito, oito “mulheres maravilha” num único blog. Que imaginação ou que estupidez pegada! Ficam hesitantes, mas não se desarmam. É pois o prenúncio do quarto e último momento de confirmação: este blog é para ler!


Pois bem. Somos mulheres, oito. Todas na casa dos trintas, maduras portanto (ou em vias disso..cof, cof...). Somos todas diferentes. Muito diferentes. E aqui basicamente fala-se de nós Egocêntricas, dirão vocês??? Nãaaaaaaaa. No Way!. Gaijas. Ponto.


Os nossos diálogos nasceram assim, do nada, ou melhor da dor e da solidão conjugadas numa única experiência: o divórcio.


Não precisámos de um rosto, nem de um nome mas de uma experiência, uma experiência que deixou marcas, profundas, demasiado profundas e que falam por si só, e muitas vezes por nós. Os “diálogos e monólogos das powergajas” retratam isso mesmo: desabafos, agres e doces, tristes e alegres, saudosos e esperançados baseados numa experiência comum feita de incoerências e de contradições.


Estes Diálogos retratam histórias contadas na 1ª pessoa, em monólogo ou em diálogo, a respeito de uma realidade social que todos conhecem (ou talvez não). Todos nós sabemos o que é um divórcio. Sabemos que ele existe, conhecemos a sua frequência estatística, as suas causas, mas não lhe conhecemos a sua real dimensão humana, infinitamente plural, e profundamente solitária.


O disparate e a loucura serão sentimentos recorrentes: aqui fala-se de revoltas, de rasgos de dor, de vidas estilhaçadas e de perdas de referências. Mas aqui também se fala de renascimentos e de vitórias. Fala-se de amor, de prazer, de amizade, de esperança, de sorrisos e de afectos.


No final, os desabafos de oito mulheres irão subsumir-se no retrato de uma caminhada difícil, feita de curvas e de contra-curvas, onde o passado é seguramente um tesouro bem guardado, o presente, uma descoberta verdadeira, e o futuro, um sonho sem limites.



Post by BXL

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só queria...

Só queria calma. Queria voltar aos tempos em que a felicidade me invadia o peito e sentia-me tão bem, tão segura, arrisco-me a dizer amada. Queria de volta aquelas gargalhadas sinceras em que não havia o amanhã, onde o hoje era maravilhoso e o ontem recordado de sorriso nos lábios. Onde não havia discórdia mas sim planos. Onde os segundos se perdiam no teu olhar. Só queria que a mágoa não tivesse vindo para ocupar os espaços que antes eram de esperança. Não queria ter endurecido. Só queria calma. Só te queria a ti como eras ou eu julguei que serias...

domingo, 22 de novembro de 2009

E o divórcio assim as juntou...

Oito mulheres, semeadas pelos cantos do país (e não só), colhidas na ceifa do divórcio descobriram idiossincrasias, deram o grito do Ipiranga do FD (ou nem por isso) e como quem não quer a coisa (ou quer), assim por acaso, como acontecem as coisas boas da vida formaram um grupo - o PowerGajas.
Não há dia D, não marcaram no calendário: começa agora, é hoje o dia, não registaram a patente.
Aconteceu simplesmente. Acontece diariamente. Ou não. Não há regras, não há horas, não há compromissos. Há cumplicidade. Há compreensão. Há estar ali para o que der e vier.
Partilhas, emoções, carinho, riso, humor, desamor, deslizes, apoio, puxões de orelhas, de tudo um pouco tem acontecido.
E já não passam umas sem as outras.
Apresentamos-vos(nos):
As PowerGajas:
P2R - a romântica em pessoa, um doce de mulher
LX - o furacão que entra em ebulição com lágrimas
LB - mulher dos olhos doces, mística do grupo, que é frágil forte
MJ - mulher em construção, a aprender que sabe caminhar sozinha
NK - sobrevivente fortalecida
KT - guerreira corajosa
BXL - a sensatez que dissimula um tsunami
S - a irreverência e alegria

Post by LB