sábado, 2 de janeiro de 2010

A combinação perfeita



O problema da falência das relações não se prende tanto com o sentimento que se sente no momento em que se jura "amor eterno", mas com o sentimento sempre renovado e alterado pela soma dos momentos que se seguem ao momento 0. O dia do casamento é na verdade como que o ponto 0 de uma relação cujo objectivo é alcançar uma média emocional que possa compensar os percalços de uma relação.
A sustentabilidade de uma relação no longo prazo manifesta-se na capacidade em gerir positivamente "os momentos" ditos mortíferos de uma relação, momentos estes que,regra geral, remetem para a individualidade de cada um e suas respectivas ambições.
Uma relação em equilíbrio assenta sempre no equilíbrio entre as partes, ou seja, no equilíbrio entre as ambições de cada um.
Uma relação é a combinação (im)perfeita de duas idiossincracias que se tocam, que se cruzam e que,a um dado momento, num acto de amor, decidem fundir-se numa só, sem nunca perderem a sua individualidade e nítida distinção. Acontece que essa fusão se altera com os acontecimentos da vida e que o equilíbrio do amor e das partes terá de ser negociado e renegociado para que a relação se possa manter viva, na tal soma dos momentos.
Para viver em equilíbrio, a relação precisa de espaço, de ar, precisa de respirar, tal como as partes. O amor é a fusão sempre perfeita no final de um processo negocial com múltiplas combinações possíveis. O difícil não é jurar amor eterno, o difícil é acertar na combinação certa a cada momento da vida, e isso requer A-T-E-N-Ç-A-O e T-E-M-P-O.

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