sexta-feira, 18 de junho de 2010

O sabor de um beijo

Escrever sobre um assunto que remete para o campo das experiências é como perguntar pelo sabor de um beijo. Haverá sempre respostas únicas, mas plurais decorrentes de uma experiência única mas plural. Falar da minha experiência do divórcio é como falar da minha experiência do beijo. Irei dar uma resposta única, a minha, embora vivida por uma pluralidade de pessoas.
Quanto me pedem para falar do meu casameno e posterior divórcio, tenho alguma dificuldade em relembrar como foi. Quais foram os sonhos que me levaram ao casamento e as desilusões que me conduziram ao divórcio. Na verdade, pensando bem, acho que o problema do meu casamento foi precisamente esse: a ausência de sonho e de sabor. Hoje sei que tudo na vida tem de ser sonhado para que possa ter "sabor". Um amor, para existir, tem de saber a algo. Tem de apelar a algo que transcende a racionalidade ou a explicação óbvia. Tem de ter aquela capacidade única (e por vezes ridícula) de nos fazer andar para a frente mesmo sem saber porquê. Um amor não tem de ter uma justificação socialmente correcta ou indivualmente certa: tem apenas de "ser". Tal como o beijo, plural na sua expressão, mas único no seu paladar.

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