quinta-feira, 3 de junho de 2010

Passou um ano...

... desde que tornei pública a minha separação e a intenção do divórcio (que, na realidade, já estava a decorrer oficialmente).
Os (in)felizes contemplados: os meus pais. Enquanto assistiamos ao treino de futebol do mini (para o qual os convidei a assistir, quais carneiros enganados para o abate).
Foi um momento díficil e duro. Mais dificil do que, no ano anterior, a comunicação da minha intenção ao então meu marido. Mas menos dificil do que a que tive que fazer, dias depois aos minis. E ainda menos dificil do que tomar a decisão em si.
Concluo:
o mais dificil de tudo é tomar a decisão. Comunicá-la é dificil, tem diferentes graus de dificuldade e dor associados, em função dos destinatários da comunicação, mas a decisão... a decisão é o pior de tudo. E antes da decisão é a preparação mental para a tomar. E antes da preparação mental é a confusão, sofrimento, apatia, desgaste em que se vive, sabendo que não se está bem, não tendo coragem de pôr o dedo na ferida, desabafar em quilos de papel, fazer a viagem e dobragem do cabo das tormentas, sozinha.
Mas é assim mesmo. Chegamos à vida sozinhos, seja dum puxo dado, arrancados a ferros, à ventosa, retirados à mão dum ventre aberto, a chegada é sozinhos. A partida também o será.
As decisões, essas, são também sozinhos que se tomam.

2 comentários:

  1. Tão difícil que são as decisões. A minha demorou anos mas quando dei o passo final, senti alívio.
    É difícl enfrentar o caminho que teremos de percorrer sozinhas mas é também na nossa solidão pessoal que nos achamos enquanto pessoas. Também o triunfo é unilateral.
    Gostei imenso do vosso blog e revi-me nele enquanto o lia. Parabéns

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