quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Querer, queria os dois ao mesmo tempo

Por mais civilizado que tenha sido o divórcio, por mais amigos que ambos sejam, compinchas, companheiros e afins; tenha sido muita ou pouca a convivência de pai, mãe e filhos num mesmo espaço e tempo, há sempre um momento, uma situação, um acaso em que ouvimos da boca dos filhos algo assim do género:
querer, queria o pai e a mãe ao mesmo tempo.
Porque parece que, para terem um, precisam de abdicar do outro. Quase como se lhes fosse pedido para responder àquela questão antiga como os dinossauros: gostas mais da mamã ou do papá?
Não se pergunta. Ponto. Não há resposta para este absurdo. Ponto.
Abala-me pensar que os meus minis têm pensamentos destes? Que, querer, queriam os dois ao mesmo tempo? Abala-me pois. Mas não me derruba. Não me derruba da firme convicção que, apesar de tudo, de tudo mesmo, eles não seriam mais felizes se todos estivessemos juntos, se isso implicasse que um de nós - os pais - não estivesse feliz.
Pais juntos não é garantia de mais felicidade para filhos.
Posso não estar (ser) feliz. Mas não estaria mais feliz se ainda estivesse no meu casamento. E, assim sendo, também estou certa que os minis não estariam mais felizes do que agora estão.

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