Às vezes tenho dias não. 
 E às vezes esses dias arrastam-se.
 É uma sensação estranha. 
 Vontade estar sózinha. 
 Ou acompanhada em silêncio.
 Acompanhada do olhar amigo e silencioso de quem passa pelo mesmo e sabe dar valor.
 De quem sabe como é.
 É uma vontade de parar tudo até que o que vai dentro de mim amaine ... para que eu me recomponha e possa acompanhar o passo do que se passa à minha volta.
 A escola dos garotos, os testes, as actividades extra, as chatices de família, o trabalho que não pára de aumentar bem como as despesas de casa. Há dias em que tudo isto é demais e por muito que eu planeie e antecipe ... há dias em que é tudo ... demasiado.
  Eu sei que preciso de tempo. 
 Sei que é cedo.
 Sei que por muito que a minha consciência esteja em paz ... há dias em que a minha alma se revolve como se fosse um corpo insomne à procura de razões que a aquietem. 
 Como se alma pudesse ter razões.
 Um dia destes a minha alma vai serenar.
 Espero que não falte muito tempo.
 Porque a minha alma não tem calendário.
 E se tivesse não o saberia ler.
 
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